Sucuri-verde usa estratégia de ‘estrangulamento’ dos vasos sanguíneos dos animais; segunda maior cobra do mundo é encontrada com mais facilidade na Amazônia e no Pantanal.
Por Giulia Bucheroni, Terra da Gente
23/07/2021 11h47 Atualizado há 1h00 hoje
Quem já assistiu ao filme “Anaconda”, produzido em 1997, pode jurar que as sucuris são cobras perigosíssimas e aterrorizantes. No entanto, basta ter acesso à informações simples para tirar essa imagem Hollywoodiana da cabeça e desmentir tradicionais ‘fake news’ envolvendo a espécie.
Começando pela falsa ideia de que existem indivíduos com mais de 10 ou 15 metros de comprimento.
“Apesar de ser a maior cobra do Brasil e a segunda maior do mundo – atrás apenas de uma piton da África; a maior sucuri-verde (Eunectes murinus) já registrada cientificamente tinha cerca de oito metros. Mesmo antes da internet, muitas pessoas inventavam histórias e até faziam montagens com fotografias de cobras gigante. Com os recursos da tecnologia essas invenções só foram aperfeiçoadas”, explica o biólogo Cláudio Machado, que desmente outros mitos típicos sobre a espécie.
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“Ela não possui veneno, não é capaz de comer bois e vacas e muito menos pessoas. Além disso, não quebra os ossos das presas para se alimentar: a estratégia de caça por constrição na verdade resulta no ‘estrangulamento’ dos vasos sanguíneos dos animais, que acabam fazendo com que a presa fique sem oxigênio e morra”, disse.
No cardápio da sucuri-verde estão mamíferos de pequeno e médio porte que costumam ficar próximos à água, como capivaras, antas e cervos; aves, lagartos e jacarés.
“As onças pintadas e pardas também podem ser presas da sucuri, assim como podem ser predadoras da cobra”, comenta Machado, que destaca as habilidades da espécie na água.